segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Bigotron Entrevista: U.D.R.


Sim, essa é a nova coluna deste veículo, o BIGOTRON ENTREVISTA. Para começarmos com chave de ouro, convidamos o famoso conjunto de Rock 'n Roll Anti-cósmico da Morte, o U.D.R. Conheci o trabalho deste renomado conjunto em 2001, quando eu ainda morava no Amapá. Satanismo, blasfêmia, ultra-violência, drogas pesadas e degeneração sexual são um dos temas destes artistas que moram no meu coraçãozinho. Tudo temperado com o que há de melhor na vanguarda musical. No site deles vocês encontram todas as informações, assim como o link para baixar gratuitamente a discografia, pois eles são generosos. A entrevista foi feita via e-mail e respondida pelo MC Carvão, o relações-públicas da U.D.R.

1) RB: De onde vocês tiram inspiração para escreverem letras tão dementes?

Curtimos seguir uma linha bem tradicional, ou seja, nos inspiramos vendo novelas da globo, mini-séries e revistinhas da Turma da Mônica. Pouca gente sabe, mas o Mauricio de Souza é muito amigo nosso. Vamos direto pro parque da Mônica fumar maconha e correr atrás das crianças...

2) RB: Vocês já foram ameaçados por pessoas que se sentiram ofendidas por suas canções?

Nunca. Inclusive quando fomos ao Domingo Legal ganhamos um prêmio de aceitação popular. Somos mais adorados que a Cláudia Leitte.

3) RB: Um tempo atrás, ao procurar informações sobre a música "Bonde da orgia de travecos", cheguei a achar uma homenagem a essa música em um blog especializado em travestis. Por acaso vocês têm alguma história curiosa de alguma pessoa que levou muito a sério as letras do UDR?

Como assim? Todas as letras são sérias. Não sei porque alguém não levaria a sério.

4) RB: Algum fã do UDR já aprontou algo bizarro a ponto de botar medo em vocês?

Nunca. Na verdade o contrário acontece muito mais. Outro dia estava explicando um rapaz como fazer um enema usando material reciclado. Quando acabei ele estava chorando. E eu nem tinha chegado na parte das latas de alumínio...



5) RB: Quando vocês vieram a Brasília para fazer um show, vocês avisaram no flog da UDR [nota: ele foi desativado] que iriam mijar na cova do Renato Russo. Cumpriram a promessa?

O povo do fotolog nos odeia. Eu odeio eles. Odeio eles mais do que eu odeio o ódio. Infelizmente não conseguimos mijar na cova dele. O maldito foi cremado e as suas cinzas foram jogadas em saunas populares.

6) RB: Continuando a falar de Brasília: aprontaram algo de interessante nessa cidade de merda? Conheceram o Conic, 315 norte e outros points turísticos importantes?

Não. Lembro de ficar bêbado e ao acordar fiquei bêbado novamente. Um ponto interessante foi o vômito no saco. Mas isso é uma estória muito longa...

7) RB: Rolam boatos de que o ex-integrante MS Barney largou a banda por causa da namorada patricinha . Outros boatos falam de ele ter se tornado evangélico. Afinal de contas, por que ele caiu fora?

Não sei quem lhe disse isso. Provavelmente algum gordinho com tetinhas de internet. O motivo real da saída dele foi o envolvimento de fãs do Engenheiros do Hawai. Ele tatuou um Ying yang no peito e mudou-se para um sítio no interior. Atualmente ele é o maior orquidófilo do Brasil.

8) Argh: Percebi que a dosagem de blasfêmia, perversão sexual e narcomania foi manerada neste último álbum, "Bolinando Estraños". Por outro lado o instrumental está mais elaborados e as letras focam mais na crítica comportamental da juventude. Vocês tem algum plano para se desfazer de fãs indesejáveis?

Eu odeio jovens. Mais do que eu odeio cristo e mais do que eu amo as drogas sintéticas. Outra grande influência é a Ana Maria Braga. Ele fala comigo por telepatia. Juntos fazemos belíssimos arranjos Ikebana.



9) Argh: Sobre o Bonde do Rolê, aquela estória em que eles pediram para vocês construírem uma base pra eles e toda aquela fuleiragem, vocês podem explicar melhor? O sucesso deles na Europa incomoda?

A base que eles pediram é a que usamos na música "Qro c do Boned do Rolê comofas // rs", como não usaram e não pagaram por nada, acabamos usando para essa música. Na verdade não nos importamos muito com eles. A nossa música não é nosso ganha pão. Nossa base de fãs cresce a cada dia. Estamos muito bem cotados na Bovespa e nenhum dos UDR chegou a chupar o pau de ninguém.

10) Argh: Vocês nunca pensaram em contratar uma vocalista-dançarina-mulher-feminina?

Não. Pensamos em contratar a Luana Piovanni ou o guitarrista do Kid Abelha.

11) Argh: É sabido que não dá pra manter orgias, travecos (na moda e supervalorizados), AZT e drogas finas apenas com os shows, vendagem de camisas, LP's e fitas K7. O que vocês fazem paralelamente à UDR?

O Aquaplay é comentarista de Blogs. Eu sou formado em Geografia e trabalho dando aula para crianças com dificuldades de aprendizado.

12) Argh: Após a participação antológica no programa do João Gordo na MTV, é sabido que o número de fãs aumentou muito. Isso gerou certa revolta nos fãs antigos, que querem que seus ídolos sejam sempre cult. Vocês se importam com os fãs antigos?

Na verdade não nos importamos com ninguém. Pau no cú do mundo. ^^

13) Argh: Sobre a Lei Seca no trânsito, e sobre a filosofia de "Gigolô Autodidata", como fica a Caracu® no rolé de carro?

Eu poderia me importar com as leis, mas não o faço. Inclusive estou respondendo as perguntas no carro, bebendo e enrolando uma tora...

14) Argh: E música, o que vocês têm escutado recentemente?

Eu ando escutando muito o Black Pus, o Rotten sound, o novo álbum do Zack Hill e o Krallice.

15) Argh: Peço desculpas pelo clichê, mas acho que uma entrevista com UDR não é válida sem essa pergunta: o que significa UDR?

Significa amor.

16) Argh: Para fechar, criem uma pergunta (de preferência uma pergunta que ninguém nunca perguntou para vocês antes) e a respondam livremente. Ou se quiserem, uma mensagem qualquer.

Sonhamos com um mundo onde as pessoas nos perguntem coisas diferentes. Um Brasil com mais acesso ao flogão e um maior engajamento nas causas ligadas à Marcha Atlética.

***

Essa entrevista teve em parte a ajuda de meus queridos amiguinhos da comunidade oficial, amo todos vocês.

Post-Scriptum: O MC Carvão (a.k.a Porquinho) também produz um blog, e pasmem: na internet ! Mongoteca é o nome da parada.

E é.