Texto enviado por Zebedeu
Essa história rolou uns anos atrás, em uma das vezes que eu fui a Porto Alegre para fazer um trampo de advocacia e acabei levando comigo o Marquito, um amigo meu de Sampa. Como eu já havia falado pra ele sobre o melhor puteiro do Brasil e sobre a qualidade do material disponível, ele estava doidinho pra conhecer. Na verdade, doidinho é pouco: ele estava é tarado! E, além de tudo, ele tinha levantado o fundo de garantia de um emprego e estava com uma bela grana na poupança. O Marquito é um cara legal, só é um pouco “destrambelhado”, como veremos. Quando eu falei que ia pra Porto Alegre, ele quis ir também:
- Bora, Zeba. Quero conhecer essas gaúchas. Tô com grana e vou botar pra foder.
- Cuidado, filho. A coisa lá não é fraca. As meninas são lindas. Tudo o que você ouviu não é piada. É verdade! Tu não pode bancar o joca (gíria gaúcha pra quem banca o tonto em zona). Já fiquei sabendo de caras que perderam a cabeça por lá. Teve um amigo meu que a mulher descobriu que ele andava de namoro com uma guria de lá e...
- Zeba, eu sou o Marquito, porra. Marquito da Móoca.
- Falou. Vamos nelson, então. É coisa rápida. Vou lá, faço o trampo no fórum de dia, nós vamos no puteiro à noite, e voltamos no dia seguinte.
O Marquito esfregava as mãozinhas:
- Bora. Hihihihihiiii...
Bom, compramos duas passagens pela Gol e fomos pra POA. Era uma quinta-feira. Chegamos lá de manhã e eu deixei o Marquito no hotel e fui cuidar das minhas coisas. Encontrei com um cliente e depois fui ao fórum. Quando eu voltei, o Marquito já estava arrumado, barbeado e cheirando a colônia:
- E aí, velho? E o puteiro? Hã? Hã? Hihihiiiii...
Chamei um táxi e levei o meu amigo pra jantar na Lima e Silva, a rua dos barzinhos de POA, e ele já foi sentindo o nível do mulherio gaúcho. Papa fina. Pra quem está habituado com as mocréias de São Paulo, é de revirar os olhos. Eu só orientando:
- No puteiro tu vai ver. É do balacobaco.
Ele esfregava as mãozinhas:
- HIhihihiiiiiii...
Demos uma xavecada em umas gurias de família, fomos jantar e chamei outro táxi. Depois de rodar um pouco (a Lima e Silva não é longe do famoso puteiro), chegamos. A boate fica em uma rua que à noite é meio escura, fica em uma casa com uma frente pequena e simples, o que confundiu o Marquito, que está acostumado com puteiros com letreiro de neon até na testa das garotas.
- Zéba, não é aqui, caralho! Como pode ser aqui? Nessa casinha furreca?
- É aqui mesmo. Pode ficar tranqüilo.
O motorista ainda concordou comigo:
- Báh, é aqui mesmo, néééé!
Pagamos o táxi e entramos. O clube é pequeno e confunde quem ouve falar dele e chega lá pensando que ele é um desbunde em termos de fachada. Não é. É simples. Como eu já disse, fica em uma casinha velha de uma rua escura, de um bairro antigo e próximo do centro de POA. Tem um corredor frontal estreito e comprido, com vários quadros pendurados, e que dá acesso a uma pequena escada e ao salão principal da boate, que fica no fundo. E nós havíamos chegado na melhor hora, lá pelas onze e meia, nem cedo nem tarde. As melhores meninas já estavam lá esperando os pat...ops, clientes. Uma tremenda morena fazia strip no varão de pole dance, sob um jogo de luz maneiro. E o Marquito olhava em volta deslumbrado. Os olhinhos dele pareciam dois ventiladores:
- Zeba, que bala, velho. Hihihihihiiiiii. Isso aqui é do caralho, meu!
E de fato a coisa é duca. É cada mulherão que eu vou te contar. Papo sério. Contando parece coisa de mentiroso. É tudo padrão Mariana Ximenes, ou Grazi Massafera pra cima. Mas sabe como é, né? Puteiro é puteiro, e por melhor que seja, você nunca pode entrar de cabeça, de sola, se não banca o joca mesmo. As gurias são lindas, mas espertas, e aí é que entra areia quando o cara é inexperiente ou deslumbrado. O Marquito, orgulhoso e no deslumbramento, nem se lembrou disso. Assim que viu uma tremenda égua loura dando sopa já partiu pra cima. E a mulher era mesmo um fenômeno. Uma verdadeira ronaldinha. Cavala de primeira.
Eu, como vocês bigotrônicos já conhecem, tenho personalidade pacífica e fiquei na minha, só no sossego e na experiência, atento e tranqüilo, como deve ser o comportamento de homem em zona. Tomei umas biritinhas, conversei com os garçons, levei um lero com outras minas e acabei pegando uma moreninha baixinha de sorriso simpático. Combinei o preço, dei uma choradinha, como é de praxe, e subi para o andar de cima, onde ficam os quartos, e... bicho, esqueci do Marquito. Quando eu acabei o programa, cadê o Marquito? Bom, paguei a minha parte (nem é tão caro, pela qualidade) e fui para o hotel. Só encontrei o elemento no dia seguinte:
- Cara, onde você se meteu, porra.
- Zeba, saí da boate e levei a guria para um flat. Não vou voltar pra São Paulo. Não quero mais aquela vida de cachorro. Vou ficar aqui mesmo. Adorei Porto Alegre. E a Sandra já me contou toda a vida dela. Ficamos super amigos.
- Cara, você pirou, bicho?
- Não. É sério. A Sandra, aquela lorinha que você me viu pegando...
- Loirinha? Puta égua, filho.
- Pois é. Ela já me contou tudo. Ela mora com a os pais em Canoas (uma cidade da grande Porto Alegre), coitadinha. Ela tem 21 anos e quer se ver livre do pai, que é um cara que bebe e torce pro Inter. Nós já resolvemos tudo e eu vou alugar um apartamento no meu nome pra ela aqui no centro de Porto Alegre, coitada. Depois eu vou vir aqui de quinze em quinze dias até eu conseguir me livrar dos pepinos de Sampa e a gente vai se casar.
- Mas...
E não adiantou nada eu tentar argumentar. Ele saiu e disse que iria passear com a Sandra na Redenção (um parque bonito de Porto Alegre) e depois iria ao shopping Praia de Belas. O cara havia pirado. E ele cumpriu mesmo a promessa. Não voltou comigo e ficou por lá. Voltou alguns dias depois e disse que já tinha arrumado todo o apartamento para a Sandra. Mobiliado e tudo. Durante uns três meses ele fez viagens a Porto Alegre de quinze em quinze dias. E o idílio durou até o dinheiro da poupança acabar e ele descobrir que a Sandra, que na verdade era Maria Aparecida, namorava um brigadista (policial militar!) que ia no apartamento dele enquanto ele não estava em Porto Alegre. Depois ele me contou chorando que havia queimado uma poupança de mais de cinqüenta paus.
Mané tem que pastar.
- Bora, Zeba. Quero conhecer essas gaúchas. Tô com grana e vou botar pra foder.
- Cuidado, filho. A coisa lá não é fraca. As meninas são lindas. Tudo o que você ouviu não é piada. É verdade! Tu não pode bancar o joca (gíria gaúcha pra quem banca o tonto em zona). Já fiquei sabendo de caras que perderam a cabeça por lá. Teve um amigo meu que a mulher descobriu que ele andava de namoro com uma guria de lá e...
- Zeba, eu sou o Marquito, porra. Marquito da Móoca.
- Falou. Vamos nelson, então. É coisa rápida. Vou lá, faço o trampo no fórum de dia, nós vamos no puteiro à noite, e voltamos no dia seguinte.
O Marquito esfregava as mãozinhas:
- Bora. Hihihihihiiii...
Bom, compramos duas passagens pela Gol e fomos pra POA. Era uma quinta-feira. Chegamos lá de manhã e eu deixei o Marquito no hotel e fui cuidar das minhas coisas. Encontrei com um cliente e depois fui ao fórum. Quando eu voltei, o Marquito já estava arrumado, barbeado e cheirando a colônia:
- E aí, velho? E o puteiro? Hã? Hã? Hihihiiiii...
Chamei um táxi e levei o meu amigo pra jantar na Lima e Silva, a rua dos barzinhos de POA, e ele já foi sentindo o nível do mulherio gaúcho. Papa fina. Pra quem está habituado com as mocréias de São Paulo, é de revirar os olhos. Eu só orientando:
- No puteiro tu vai ver. É do balacobaco.
Ele esfregava as mãozinhas:
- HIhihihiiiiiii...
Demos uma xavecada em umas gurias de família, fomos jantar e chamei outro táxi. Depois de rodar um pouco (a Lima e Silva não é longe do famoso puteiro), chegamos. A boate fica em uma rua que à noite é meio escura, fica em uma casa com uma frente pequena e simples, o que confundiu o Marquito, que está acostumado com puteiros com letreiro de neon até na testa das garotas.
- Zéba, não é aqui, caralho! Como pode ser aqui? Nessa casinha furreca?
- É aqui mesmo. Pode ficar tranqüilo.
O motorista ainda concordou comigo:
- Báh, é aqui mesmo, néééé!
Pagamos o táxi e entramos. O clube é pequeno e confunde quem ouve falar dele e chega lá pensando que ele é um desbunde em termos de fachada. Não é. É simples. Como eu já disse, fica em uma casinha velha de uma rua escura, de um bairro antigo e próximo do centro de POA. Tem um corredor frontal estreito e comprido, com vários quadros pendurados, e que dá acesso a uma pequena escada e ao salão principal da boate, que fica no fundo. E nós havíamos chegado na melhor hora, lá pelas onze e meia, nem cedo nem tarde. As melhores meninas já estavam lá esperando os pat...ops, clientes. Uma tremenda morena fazia strip no varão de pole dance, sob um jogo de luz maneiro. E o Marquito olhava em volta deslumbrado. Os olhinhos dele pareciam dois ventiladores:
- Zeba, que bala, velho. Hihihihihiiiiii. Isso aqui é do caralho, meu!
E de fato a coisa é duca. É cada mulherão que eu vou te contar. Papo sério. Contando parece coisa de mentiroso. É tudo padrão Mariana Ximenes, ou Grazi Massafera pra cima. Mas sabe como é, né? Puteiro é puteiro, e por melhor que seja, você nunca pode entrar de cabeça, de sola, se não banca o joca mesmo. As gurias são lindas, mas espertas, e aí é que entra areia quando o cara é inexperiente ou deslumbrado. O Marquito, orgulhoso e no deslumbramento, nem se lembrou disso. Assim que viu uma tremenda égua loura dando sopa já partiu pra cima. E a mulher era mesmo um fenômeno. Uma verdadeira ronaldinha. Cavala de primeira.
Eu, como vocês bigotrônicos já conhecem, tenho personalidade pacífica e fiquei na minha, só no sossego e na experiência, atento e tranqüilo, como deve ser o comportamento de homem em zona. Tomei umas biritinhas, conversei com os garçons, levei um lero com outras minas e acabei pegando uma moreninha baixinha de sorriso simpático. Combinei o preço, dei uma choradinha, como é de praxe, e subi para o andar de cima, onde ficam os quartos, e... bicho, esqueci do Marquito. Quando eu acabei o programa, cadê o Marquito? Bom, paguei a minha parte (nem é tão caro, pela qualidade) e fui para o hotel. Só encontrei o elemento no dia seguinte:
- Cara, onde você se meteu, porra.
- Zeba, saí da boate e levei a guria para um flat. Não vou voltar pra São Paulo. Não quero mais aquela vida de cachorro. Vou ficar aqui mesmo. Adorei Porto Alegre. E a Sandra já me contou toda a vida dela. Ficamos super amigos.
- Cara, você pirou, bicho?
- Não. É sério. A Sandra, aquela lorinha que você me viu pegando...
- Loirinha? Puta égua, filho.
- Pois é. Ela já me contou tudo. Ela mora com a os pais em Canoas (uma cidade da grande Porto Alegre), coitadinha. Ela tem 21 anos e quer se ver livre do pai, que é um cara que bebe e torce pro Inter. Nós já resolvemos tudo e eu vou alugar um apartamento no meu nome pra ela aqui no centro de Porto Alegre, coitada. Depois eu vou vir aqui de quinze em quinze dias até eu conseguir me livrar dos pepinos de Sampa e a gente vai se casar.
- Mas...
E não adiantou nada eu tentar argumentar. Ele saiu e disse que iria passear com a Sandra na Redenção (um parque bonito de Porto Alegre) e depois iria ao shopping Praia de Belas. O cara havia pirado. E ele cumpriu mesmo a promessa. Não voltou comigo e ficou por lá. Voltou alguns dias depois e disse que já tinha arrumado todo o apartamento para a Sandra. Mobiliado e tudo. Durante uns três meses ele fez viagens a Porto Alegre de quinze em quinze dias. E o idílio durou até o dinheiro da poupança acabar e ele descobrir que a Sandra, que na verdade era Maria Aparecida, namorava um brigadista (policial militar!) que ia no apartamento dele enquanto ele não estava em Porto Alegre. Depois ele me contou chorando que havia queimado uma poupança de mais de cinqüenta paus.
Mané tem que pastar.