terça-feira, 9 de setembro de 2008

Chocolate no copo errado

Texto enviado pelo Cara de Porco, recebido de um fã, Cláudio Araújo, que eu reeditei , mudei o título e postei aqui. Sacolé, sou abusado e tenho um padrão de qualidade Vitor Fasano, quase o padrão do Reinaldo.




Estava na festa de um colega do trabalho: churrasco, cerveja, sol, mulé, muita mulé. Comecei a encarar uma moreninha linda e fui correspondido; cheguei perto, puxei conversa, me apresentei, beijinho no rosto e por aí foi, até trocarmos cuspe. Em pouco tempo já estávamos num canto da casa se pegando. Beijação, fom-fom nos peitinhos, a mão boba escorrega, ela diz “assim não”, insisti e ela deixou...

Bem, no início da noite eu disse que estava de carro e perguntei se ela queria ir pra outro lugar (eufemismo de motel) mas ela disse que não, que tinha que ir pra casa. Depois dessa PAUMOLECIDA ofereci-me pra levá-la. Ela me advertiu que morava longe, mas insisti. Não sabia que era tão longe, mas já tinha oferecido a carona. Entramos no carro e eu ainda tinha esperança de que quando chegasse seria recompensado. Estava dirigindo e conversando quando comecei a sentir o estômago revirar e disfarcei, mas de repente veio uma dor intestinal que me fez suar frio, senti as tripas se contorcerem e uma vontade de cagar INCONTROLÁVEL. Não dava nem para arriscar soltar um peido, pois poderia me borrar todinho. O que fazer numa situação dessas? Pisei fundo para chegar logo, lá teria a opção de deixar ela e correr para um posto de gasolina. Comecei a derreter, apertava as pregas tão forte a ponto de me contorcer no banco. Cogitei parar no primeiro posto e confessar o perrengue, mas fui VALENTE e consegui chegar sem sujar a cueca. Ela morava em Bonsucesso, numa casinha de dois andares e terraço, era uma rua de pé de morro (região do Complexo do Alemão-RJ).

Parei o carro e fui logo me despedindo, mas ela me convidou para entrar, dizendo que estava sozinha em casa. Quase recusei, mas não perderia uma chance dessas, era só entrar e acessar o banheiro, uma vez lá dentro era só ser rápido que ela não desconfiaria que estaria LIBERTANDO O MANDELA. Entrei grunhindo discretamente, coloquei a mão entre as pernas (simulando vontade de mijar) e pedi pra usar o banheiro. Ela disse que era na parte de cima da casa, que estava em obras. Depois de ouvir isso pensei logo em abortar a missão “cagar na casa de uma mulher que você acaba de conhecer”, mas a mente foi rápida como um raio, me saí bem falando que se o banheiro não estivesse funcionando que eu poderia mijar na roda do carro. Saída de mestre, pois se ela dissesse que o banheiro não estava prestando eu iria pro carro e de lá DISPARAR pr'um posto de gasolina. Ela garantiu que o banheiro estava funcionando, só estava sem o piso e que tinha alguns materiais de construção guardados lá. Problema resolvido, entrei no banheiro, acendi a luz, abaixei a calça e sentei. EXORCISEI toda aquela merda para fora de mim, uns dois quilos e meio.

Enquanto cagava me sentia orgulhoso por ter conseguido contornar a situação com sagacidade. Mas infelizmente meu calvário ainda estava longe de acabar, ao levantar a cabeça depois de ter defecado é que pude analisar no local que me encontrava. Era um banheirinho médio, estava sem piso, com alguns sacos de cimento, areia e terra nos cantos. Tinha uma pia logo na porta e em frente ao box. Foi aí que para minha surpresa e desespero me deparei com um OUTRO vaso sanitário na minha frente. Caralho, se havia um vaso na minha frente ONDE eu estava cagando?!? Levantei desesperado e para meu desespero eu tinha acabado de encher de merda um vaso sanitário novo, que ainda seria instalado, estava apenas pousado no chão, sem encanamento, descarga, SEM NADA. O vaso era virgem, com o plástico envolvendo; a tampa também era zerada, nem aparafusada direito. Depois de ver a desgraça quase chorei, pensei em sair correndo de lá, fugir no carro e nunca mais procurar a mulé. RESPIREI FUNDO, me acalmei (e me enjoei um pouco) e vi que pior não ficaria. Peguei o papel higiênico do lado do vaso certo e comecei a tentar limpar a merdança que tinha feito, era MUITA MESMO, a parte líquida escorria por debaixo do troninho, tipo Toddynho®.

Constatei que não dava pra limpar só com papel, tomei atitude e resolvi ENCARAR A MERDA DE FRENTE: usei as mãos pra remover o excesso e despejar no vaso operacional (a pior coisa que já fiz na minha vida). Fui tirando tudo "mãozada a mãozada" para depois ir arrematando com papel. Limpei uma boa parte, mas o papel acabou. Sem escolha retirei minha cueca e limpei o resto, sendo que tive que parar duas vezes para tirar o excesso de merda da cueca na pia. Tirei o vaso do lugar, limpei por dentro e limpei o chão que estava sem piso. O cu já estava limpo, só faltava despachar a cueca podre.



Olhei em volta e percebi que a janela do banheiro era de madeira e vidro, daquelas que abrem duas metades pra fora. Arremessei a cueca cagada e molhada de lá do segundo andar para direção da rua. Lavei bem as mãos com sabonete, joguei um desodorante no banheiro e saí. Ela estava me esperando na sala de calcinha e soutien. Desci, agarrei ela e rolou um PICOTE FRENÉTICO. Mas essa história ridícula ainda não acabou!! Na hora de ir embora ela me levou até ao carro, e assim que saímos pelo portão adivinhem quem eu encontro?!? A minha CUECA CAGADA!!! Estava SORRINDO para mim bem encima no capô do carro !! Fiquei sem ação, mas imediatamente ela começou a se desculpar, disse que os vizinhos eram favelados, que estava morrendo de vergonha e etc... Ela pegou a mangueira do quintal e com jatos de água tirou os sorriso marrom de cima do carro e finalmente pude ir para casa. Não sei se ela percebeu alguma coisa, mas voltamos a nos encontrar mais algumas vezes, só que fomos em motel. Jamais voltaria à casa dela de jeito nenhum.

Nota do Editor: E é.