quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ativismo Fofura Social






Texto enviado por Asdrubous (colaborador do finado Club Anti-Social)


Estava eu fazendo meu lanchinho de final de tarde em uma maravilhosa redes de fast-food, navegando pelas profundezas da rede mundial de computadores com meu Mac-Pro via rede wi-fi, quando recebo uma mensagem no whats-app (claro, no meu belo e novo IPhone 5) no maravilhoso grupo de amigos chamado “Ativitas pelo bem dos Pets “:
Amigos, hoje vamos invadir um grande centro de pesquisas que trabalha a favor dos porcos neoliberais para libertar um grupo de lindos e belos pets que estão sendo usados como cobaias em testes de medicamentos contra câncer, AIDS e outras doenças inventadas pelos porcos americanos. Estejam todos de preto usando mascaras! Encontro às 20 horas em frente ao shopping.
Fiquei alvoroçado, eram 19 horas e eu havia marcado um cineminha com minha namorada, íamos ver uma mostra de filmes cults Angolanos, que todos estavam comentando no Facebook, mas os pets estão sofrendo e não poderia deixar de comparecer para ajudar meus amigos ativistas.

Saio correndo, entro no meu carrinho – um Ford Focus novinho em folha, com bancos de couro, sistema de som integrado com meu IPhone – e coloco uma bela musica para entrar no clima, "Sunday, Bloody Sunday" do U2.

Chegando ao local de encontro, me toco que não tenho uma mascara, e vou a lojinha de artigos para ativistas, aonde compro uma mascara de R$15,00, linda por sinal, feita em borracha genuína, extraída das seringueiras amazônicas e pintadas com tinta indelével feitas por um processo maravilhoso de processamento de petróleo.

Encontro com meus amigos ativistas, visto minha mascara e seguimos para o instituto de pesquisa. Pelo caminho consumimos um pouco de erva para aliviar a pressão, bebemos um pouco de vodka russa e falamos sobre os maus tratos que nossos amigos pets estão sofrendo.

[Asdrubous] - É incrível como podem fazer esse tipo de atrocidades com animais tão fofinhos né?

[Sr. Bonzinho] - Testar vacinas contra doença, analisar o sangue, testes genéticos...

[Maria Luiza] - Isso é desumano, não se faz isso com ninguém...

[Anti porcos] - Esses porcos neoliberais são uns monstros, vamos quebrar tudo, acabar com as pesquisas, mostrar para eles que não se faz isso, que a ciência é desumana!

Chegamos ao instituto, detonamos as cercas, tocamos fogo em alguns carro dos meios de comunicação e finalmente entramos nos laboratórios.

Ao entrar nos deparamos com quase 50 lindos pets, presos em jaulas e muito agitados, corremos e soltamos os pets. Alguns amigos ativistas saem com dois ou três pets e somem.

Eu, com pena de um lindo filhotinho prometo a mim mesmo e a Deus que vou cuidar dele, e o levo para casa.

Alguns dias de passaram depois desse maravilhoso momento de libertação dos pets e começo a me sentir mal, uma dor de cabeça constante, tonteiras e náuseas. Minha namoradinha me leva ao hospital Albert Einstein, até porque o sistema público de saúde de nosso país não funciona, e faço uma bateria enorme de exames e fico a espera do Doutor para me passar o diagnóstico.

Ao entrar no quarto aonde estou acomodado o médico me da um boa noite e vai direto ao assunto:

[Médico] – Sr. Asdrubous... os exames estão prontos e tenho que informar a você que você sofre de uma doença rara. Uma doença que ataca o cérebro e aos poucos vai matando os neurônios.

[Asdrubous] – Mas como doutor? E isso tem cura? O que podemos fazer ?

[Médico] – Calma, Sr. Asdrubous, existe uma nova droga que acaba de sair no mercado e ela tem ótimos resultados, vamos fazer esse tratamento e logo logo o senhor estará bom. Não se preocupe, essa droga já foi exaustivamente testada e a chance de sucesso no tratamento é de 87%.

[Asdrubous] – Obrigado doutor, que bom que a medicina hoje chegou a esse avanço. Vamos começar o tratamento.