quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Meu futuro (5)




Tive uma visão hoje de tarde ao ver dois pombos fazendo sexo pela janela aqui de casa.

Em 2043 eu terei 65 anos. Nesse fatídico ano, serei acordado em uma manhã de segunda-feira por minha ex-faxineira, que estará acompanhada de uma criança de 3 anos com traços indígenas. Ela me diz que aquele moleque é meu filho e que ela quer morar comigo. Acho estranha aquela conversa, pois nunca comi essa faxineira (e nem sou descendente de índios), mas como estarei bêbado de Brasilberg e carente, acabo aceitando a proposta.

Os dois moram comigo e temos uma vida feliz. O garoto passa o dia inteiro comendo e só me chama de "tio". Minha esposa e ex-faxineira passa o dia dormindo e se recusa a transar comigo. Quando ela está de bom humor, ela deixa eu chupar os peitos dela, e só. Uma vida feliz, enfim!

Depois de 1 ano juntos, resolvo fazer uma festa de aniversário para o meu filho. Compro docinhos, um bolo bacana e me fantasio de Lion, pois o desenho dos Thundercats está sendo reprisado na TV. Minha esposa e ex-faxineira se encarrega de chamar os amiguinhos do meu filho. A festa fica marcada para as 9 da noite. Pelas 9:30 chegam vários caras mal-encarados e nenhuma criança. Eles logo avisam que as crianças vão chegar depois da novela. "Tudo bem!", respondo. Boto chapeuzinho de aniversário nos adultos, canto no karaokê a música dos Thundercats feita pelo Trem da Alegria e trato de animar a festinha. Pelas 11 da noite cantamos "parabéns pra você" para o meu filho e um dos adultos me oferece vinho em um copo de plástico. Ele diz que é francês. Bebo numa golada e apago.

Ao acordar, vejo que meu apartamento está totalmente vazio. Sem mobília, eletrodomésticos, sem comida, sem nada. Meu corpo está coberto de pedaços de bolo e brigadeiro amassado. Olho para a direita e reparo que a única coisa que sobrou no apartamento é o microfone do karaokê dentro de uma garrafa vazia de Brasilberg. Desiludido, desço embaixo do prédio e saio correndo sem rumo.