Adílson estava indo para Manaus visitar um primo e conhecer um puteiro novo que apareceu na cidade. Ele tinha ganho o dinheiro da passagem em uma partida de truco, na qual ele ameaçou de morte todos os jogadores caso perdesse.
Dentro do avião, Adílson esperava o tempo passar com uma mochila jeans no colo, a sua única bagagem. Ao seu lado havia um rapaz que não parava de digitar em um laptop. O barulho do teclado já estava irritando o bigodudo.
- Moleque, o que você tá escrevendo aí?
- Estou escrevendo um post pro meu blog.
- "Brógui"? "Pôsti"? Que porra é essa?
- É tipo um diário virtual onde você pode falar de qualquer assunto. Meu blog fala de bandas de rock [mostra orgulhoso sua camisa do Metallica].
- Banda de rock? Tu dá a bunda, meu filho?
- Como..?
- Tu dá a bunda? Porra, ficar escrevendo sobre esse monte de macho cabeludo? Enche essa porra de "brógui" com foto de buceta. Internet só serve pra mostrar mulher pelada e putaria.
- [Sem graça] ...
- Mas aí, vendo Maguila Grill e instalo na tua casa! Também arrumo parte elétrica, lavo sofá e mais um monte de coisa. Pega meu cartão. Qualquer coisa me dá uma ligada.
Adílson tira um pequeno pedaço de papel xerocado da mochila com o texto: "Serralhero. Lavo sofá. Fasso churrasco. Elétrica em gerau. Vendo Maguila Grill. Adílson: 9969-6969."
O rapaz, apreensivo, pega o cartão e guarda no bolso.
- [Adílson] Vê se liga, porra! Tu tem cara de barão, deve pegar puta todo dia.
- [Amedrontado] Tá...
A aeromoça se aproxima com o carrinho de bebidas.
- [Aeromoça] O senhor gostaria de beber alguma coisa?
- Tem Brasilberg?
- Não. Mas temos Campari, uísque, vodka...
- Campari é bebida de puta. Some da minha frente!
- [Sem graça] É...com licença...
Irritado e sem ter o que fazer, Adílson puxa assunto novamente com o pobre rapaz ao seu lado.
- [Apertando o pau por cima da calça] Moleque, me empresta seu computa aí. Bota num site de putaria filé para eu ver. Tem nada pra fazer nessa porra!
- Você quer meu laptop para entrar em site pornográfico?
- É. Se for bacana eu bato uma.
- Você vai bater punheta aqui?
- É. E qual o problema? Quer bater pra mim, filho da puta?
Antes de Adílson terminar de falar, o avião entra em turbulência. O avião subia e descia como se estivesse em uma montanha russa. Gritos de desespero ecoam pela aeronave. Para completar, uma turbina da asa direita começa a soltar fumaça e fazer um barulho estranho. Adílson vê a turbina soltando fumaça e cutuca o rapaz.
- [Adílson] Moleque, acho que a gente vai rodar!
- [Olhando para a turbina avariada] MEU DEUS!!! MEU DEUS!!! AHHHHHHH!!!!
- Esse avião precisa de heróis.
Adílson se levanta e, com muita dificuldade, vai na direção da cabine. No caminho ele encontra a aeromoça tentando apertar os cintos de sua poltrona.
- [Aeromoça] SENHOR, VOLTE JÁ PARA SUA POLTRONA E APERTE OS CINTOS! ESTAMOS COM PROBLEMAS!
- Não enche, filho da puta.
Adílson chega perto da cabine e tenta abrir. Estava trancada. Com um chute ele arromba a porta. Rapidamente ele entra na cabine e assusta um dos pilotos:
- EI, O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI? TÁ MALUCO? SAIA LOGO DAQUI!
- Entro onde eu quiser.
Com um tapa Adílson faz o piloto voar do assento e desmaiar. O outro piloto arregala os olhos:
- MEU DEUS, VOCÊ ATACOU O CO-PILOTO! AGORA ELE DESMAIOU E NÃO TENHO NINGUÉM PRA ME AJUDAR! QUER MATAR A GENTE???
- Foda-se.
- [Falando com o rádio] TORRE, ESTAMOS COM PROBLEMAS! ESTOU EM TURBULÊNCIA E A TURBINA 3 PAROU! E AINDA ENTROU UM MALUCO NA CABINE!!!
- Deixa eu dirigir nessa merda.
- Você é piloto??
- Já pilotei balsa em Tocantins. É tudo a mesma merda.
- Meu Deus...tá, assume o lugar do co-piloto!
Adílson assume o lugar do co-piloto. Ao sentar, fica irritado com o painel:
- Caralho, quanta luzinha e plim-plim na minha orelha. Tomar no cu.
- O quê..?
Adílson começa a esmurrar o painel e puxar a fiação. O painel começa a soltar fumaça e faíscas. O piloto fica estarrecido:
- CARA, O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO? VOCÊ ESTÁ DESTRUINDO NOSSOS INSTRUMENTOS!!!
- Isso aê. Instrumento é coisa pra banda. Aqui é fibra.
- M-mas como vamos nos orientar sem os instrumentos? Você está louco???
- Cala a boca.
Adílson encosta os dedos no bigode e entra em transe. Depois de alguns instantes ele volta a si.
- [Adílson] Meu bigode analisou a corrente de ar e toda a vibração do ambiente. O aeroporto tá naquela direção [aponta para a direita].
- C-Certeza..?
- [Olhando feio] Tá duvidando?
- Ok, ok! Mas com essa turbina 3 parada vai ser difícil aterrisar!
- Fica frio.
Adílson tira um pêlo do bigode, dá uma lambida e o joga no painel. Milagrosamente a turbina 3 volta a funcionar.
- [Piloto] Meu Deus, como você fez isso??
- Na raça. Agora temos que pousar essa merda.
- A pista de pouso está logo ali! M-Mas...o trem de pouso não está funcionando! Você arrebentou o botão que aciona o trem de pouso!
- Trem de pouso é coisa de viado. Bora aterrisar arrastando a lataria. Filho da puta.
- MEU DEUS!!! AHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!
- Fibra nessa porra!
Adílson manobra como se fosse um piloto experiente e faz o avião aterrisar arrastando a barriga na pista. Faíscas saem do atrito da aeronave com o chão. O avião acaba ultrapassando o limite da pista e capotando em um gramado logo a frente. O avião pára de cabeça para baixo.
- [Piloto] Ai...ai...não sinto minhas pernas...ai...
- Porra, capotagem besta dessas e você já tá gemendo? Levanta e vira homem. Mas aí, se quiser comprar um Maguilla Grill eu vendo e instalo. Toma meu cartão.
Adílson joga o cartão perto do piloto e sai da cabine. Ao entrar na ala dos passageiros, vê poltronas reviradas e corpos para todo o lado. Ele trata de procurar sua velha mochila jeans e vai na direção da porta, que estava fechada. Com um soco ele atravessa o vidro e abre a porta pelo lado de fora. Adílson sai correndo na direção do aeroporto e desaparece no horizonte.
Dentro do avião, Adílson esperava o tempo passar com uma mochila jeans no colo, a sua única bagagem. Ao seu lado havia um rapaz que não parava de digitar em um laptop. O barulho do teclado já estava irritando o bigodudo.
- Moleque, o que você tá escrevendo aí?
- Estou escrevendo um post pro meu blog.
- "Brógui"? "Pôsti"? Que porra é essa?
- É tipo um diário virtual onde você pode falar de qualquer assunto. Meu blog fala de bandas de rock [mostra orgulhoso sua camisa do Metallica].
- Banda de rock? Tu dá a bunda, meu filho?
- Como..?
- Tu dá a bunda? Porra, ficar escrevendo sobre esse monte de macho cabeludo? Enche essa porra de "brógui" com foto de buceta. Internet só serve pra mostrar mulher pelada e putaria.
- [Sem graça] ...
- Mas aí, vendo Maguila Grill e instalo na tua casa! Também arrumo parte elétrica, lavo sofá e mais um monte de coisa. Pega meu cartão. Qualquer coisa me dá uma ligada.
Adílson tira um pequeno pedaço de papel xerocado da mochila com o texto: "Serralhero. Lavo sofá. Fasso churrasco. Elétrica em gerau. Vendo Maguila Grill. Adílson: 9969-6969."
O rapaz, apreensivo, pega o cartão e guarda no bolso.
- [Adílson] Vê se liga, porra! Tu tem cara de barão, deve pegar puta todo dia.
- [Amedrontado] Tá...
A aeromoça se aproxima com o carrinho de bebidas.
- [Aeromoça] O senhor gostaria de beber alguma coisa?
- Tem Brasilberg?
- Não. Mas temos Campari, uísque, vodka...
- Campari é bebida de puta. Some da minha frente!
- [Sem graça] É...com licença...
Irritado e sem ter o que fazer, Adílson puxa assunto novamente com o pobre rapaz ao seu lado.
- [Apertando o pau por cima da calça] Moleque, me empresta seu computa aí. Bota num site de putaria filé para eu ver. Tem nada pra fazer nessa porra!
- Você quer meu laptop para entrar em site pornográfico?
- É. Se for bacana eu bato uma.
- Você vai bater punheta aqui?
- É. E qual o problema? Quer bater pra mim, filho da puta?
Antes de Adílson terminar de falar, o avião entra em turbulência. O avião subia e descia como se estivesse em uma montanha russa. Gritos de desespero ecoam pela aeronave. Para completar, uma turbina da asa direita começa a soltar fumaça e fazer um barulho estranho. Adílson vê a turbina soltando fumaça e cutuca o rapaz.
- [Adílson] Moleque, acho que a gente vai rodar!
- [Olhando para a turbina avariada] MEU DEUS!!! MEU DEUS!!! AHHHHHHH!!!!
- Esse avião precisa de heróis.
Adílson se levanta e, com muita dificuldade, vai na direção da cabine. No caminho ele encontra a aeromoça tentando apertar os cintos de sua poltrona.
- [Aeromoça] SENHOR, VOLTE JÁ PARA SUA POLTRONA E APERTE OS CINTOS! ESTAMOS COM PROBLEMAS!
- Não enche, filho da puta.
Adílson chega perto da cabine e tenta abrir. Estava trancada. Com um chute ele arromba a porta. Rapidamente ele entra na cabine e assusta um dos pilotos:
- EI, O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI? TÁ MALUCO? SAIA LOGO DAQUI!
- Entro onde eu quiser.
Com um tapa Adílson faz o piloto voar do assento e desmaiar. O outro piloto arregala os olhos:
- MEU DEUS, VOCÊ ATACOU O CO-PILOTO! AGORA ELE DESMAIOU E NÃO TENHO NINGUÉM PRA ME AJUDAR! QUER MATAR A GENTE???
- Foda-se.
- [Falando com o rádio] TORRE, ESTAMOS COM PROBLEMAS! ESTOU EM TURBULÊNCIA E A TURBINA 3 PAROU! E AINDA ENTROU UM MALUCO NA CABINE!!!
- Deixa eu dirigir nessa merda.
- Você é piloto??
- Já pilotei balsa em Tocantins. É tudo a mesma merda.
- Meu Deus...tá, assume o lugar do co-piloto!
Adílson assume o lugar do co-piloto. Ao sentar, fica irritado com o painel:
- Caralho, quanta luzinha e plim-plim na minha orelha. Tomar no cu.
- O quê..?
Adílson começa a esmurrar o painel e puxar a fiação. O painel começa a soltar fumaça e faíscas. O piloto fica estarrecido:
- CARA, O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO? VOCÊ ESTÁ DESTRUINDO NOSSOS INSTRUMENTOS!!!
- Isso aê. Instrumento é coisa pra banda. Aqui é fibra.
- M-mas como vamos nos orientar sem os instrumentos? Você está louco???
- Cala a boca.
Adílson encosta os dedos no bigode e entra em transe. Depois de alguns instantes ele volta a si.
- [Adílson] Meu bigode analisou a corrente de ar e toda a vibração do ambiente. O aeroporto tá naquela direção [aponta para a direita].
- C-Certeza..?
- [Olhando feio] Tá duvidando?
- Ok, ok! Mas com essa turbina 3 parada vai ser difícil aterrisar!
- Fica frio.
Adílson tira um pêlo do bigode, dá uma lambida e o joga no painel. Milagrosamente a turbina 3 volta a funcionar.
- [Piloto] Meu Deus, como você fez isso??
- Na raça. Agora temos que pousar essa merda.
- A pista de pouso está logo ali! M-Mas...o trem de pouso não está funcionando! Você arrebentou o botão que aciona o trem de pouso!
- Trem de pouso é coisa de viado. Bora aterrisar arrastando a lataria. Filho da puta.
- MEU DEUS!!! AHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!
- Fibra nessa porra!
Adílson manobra como se fosse um piloto experiente e faz o avião aterrisar arrastando a barriga na pista. Faíscas saem do atrito da aeronave com o chão. O avião acaba ultrapassando o limite da pista e capotando em um gramado logo a frente. O avião pára de cabeça para baixo.
- [Piloto] Ai...ai...não sinto minhas pernas...ai...
- Porra, capotagem besta dessas e você já tá gemendo? Levanta e vira homem. Mas aí, se quiser comprar um Maguilla Grill eu vendo e instalo. Toma meu cartão.
Adílson joga o cartão perto do piloto e sai da cabine. Ao entrar na ala dos passageiros, vê poltronas reviradas e corpos para todo o lado. Ele trata de procurar sua velha mochila jeans e vai na direção da porta, que estava fechada. Com um soco ele atravessa o vidro e abre a porta pelo lado de fora. Adílson sai correndo na direção do aeroporto e desaparece no horizonte.